quinta-feira, 4 de julho de 2024

O Portal Mágico

 


Era uma vez, numa rua tranquila de uma pequena cidade, dois meninos inseparáveis chamados Lucas e Pedro. Lucas era um garoto curioso e destemido, com olhos brilhantes e um sorriso travesso. Pedro, um pouco mais cauteloso, tinha uma imaginação fértil e adorava contar histórias. Eles moravam na mesma rua e passavam todas as tardes juntos, inventando novas aventuras e explorando cada canto do bairro.

Certo dia, enquanto jogavam bola, Lucas chutou a bola com força demais e ela acabou caindo no quintal de uma casa velha e abandonada. A casa, que todos os adultos diziam ser mal-assombrada, sempre intrigou os meninos. Eles pararam na calçada, olhando para a casa com uma mistura de medo e excitação.

— Vamos buscar a bola? — perguntou Lucas, já se encaminhando para o portão enferrujado.

Pedro hesitou por um momento, mas a curiosidade falou mais alto. — Vamos, mas com cuidado.

Eles empurraram o portão, que rangeu alto, e entraram no quintal. A grama estava alta e o lugar cheirava a mofo. A bola estava próxima à entrada, mas algo na casa parecia chamá-los. Lucas pegou a bola, mas em vez de voltar, ele apontou para a porta entreaberta.

— Vamos dar uma olhada lá dentro? — sugeriu ele.

— Só uma espiadinha — concordou Pedro.

A casa por dentro era escura e cheia de teias de aranha. Eles caminharam devagar, com o coração acelerado. No final do corredor, viram uma porta antiga, diferente das outras, com detalhes esculpidos na madeira. Pedro, que adorava histórias de mistério, aproximou-se primeiro.

— Esta porta é diferente... parece que tem algo especial — disse ele, passando a mão pelas esculturas.

Lucas tentou girar a maçaneta, mas estava trancada. — Precisamos encontrar a chave.

Eles começaram a vasculhar a casa. Depois de alguns minutos, Pedro encontrou uma chave enferrujada debaixo de um tapete velho. Com as mãos tremendo de excitação, entregou a chave a Lucas, que a encaixou na fechadura e girou. A porta se abriu com um rangido sinistro, revelando uma escadaria que descia para a escuridão.

— Você está pensando o mesmo que eu? — perguntou Lucas com um sorriso.

Pedro assentiu. — Vamos ver o que tem lá embaixo.

Os meninos desceram as escadas, iluminando o caminho com suas lanternas de bolso. No final, encontraram um grande salão com paredes cobertas de desenhos e símbolos estranhos. No centro do salão, havia uma porta ainda mais peculiar, feita de um material que parecia brilhar levemente.

Sem hesitar, Lucas tocou na porta, que se abriu sozinha, revelando um portal brilhante. Antes que pudessem pensar duas vezes, os meninos foram sugados para dentro do portal.

Eles se encontraram em uma floresta mágica, cheia de cores vibrantes e sons desconhecidos. Árvores altas com folhas prateadas cercavam um caminho de pedras luminosas. De repente, um grupo de fadas passou voando, deixando um rastro de pó brilhante.

— Onde estamos? — perguntou Pedro, maravilhado.

— Acho que encontramos uma outra dimensão — respondeu Lucas, olhando em volta com os olhos arregalados.

Enquanto exploravam, encontraram criaturas que só tinham visto em livros de histórias. Unicórnios pastavam em clareiras, duendes corriam entre as árvores e fadas dançavam no ar. A atmosfera era encantadora, mas os meninos sabiam que precisavam descobrir como voltar para casa.

No meio da floresta, encontraram um unicórnio que parecia diferente dos outros. Ele tinha um chifre dourado e olhos que transmitiam sabedoria. Aproximando-se com cautela, Lucas perguntou:

— Você sabe como podemos voltar para nossa casa?

O unicórnio assentiu lentamente. — Sim, jovens aventureiros. Vocês precisam encontrar a Pedra da Sabedoria, guardada pela Rainha das Fadas. Ela lhes mostrará o caminho de volta.

Guiados pelo unicórnio, os meninos atravessaram rios cristalinos e subiram colinas cobertas de flores. Finalmente, chegaram a um castelo de cristal, onde a Rainha das Fadas os esperava. Ela era alta e graciosa, com asas que brilhavam como o sol.

— Bem-vindos, jovens heróis — disse a Rainha com uma voz suave. — Para voltar para casa, vocês devem provar seu valor. Devem encontrar a Pedra da Sabedoria dentro do Labirinto dos Sonhos.

Sem hesitar, Lucas e Pedro aceitaram o desafio. O labirinto era um lugar misterioso, cheio de caminhos que mudavam de direção e paredes que desapareciam. Enquanto navegavam, encontraram desafios que testaram sua amizade e coragem.

Em um dos desafios, eles enfrentaram um enigma proposto por um duende travesso. — Se querem continuar, respondam corretamente: O que é algo que quanto mais se tira, maior fica?

Pedro pensou por um momento e depois sorriu. — Um buraco.

O duende deu uma risadinha e desapareceu, deixando o caminho livre. Os meninos continuaram sua jornada, ajudando-se mutuamente e superando obstáculos. Finalmente, chegaram ao centro do labirinto, onde encontraram a Pedra da Sabedoria brilhando em um pedestal.

Ao tocar na pedra, uma luz intensa os envolveu, e eles se viram de volta no salão subterrâneo da casa abandonada. A porta secreta se fechou atrás deles, e os meninos se entreolharam, sem saber se o que viveram foi real ou apenas um sonho.

— Isso foi incrível — disse Lucas, ainda atordoado.

— E assustador — acrescentou Pedro, mas com um sorriso no rosto. — Mas eu faria tudo de novo.

Com a bola na mão e um segredo mágico guardado entre eles, Lucas e Pedro voltaram para a rua, prontos para a próxima aventura. Afinal, para amigos como eles, o mundo era cheio de mistérios e maravilhas, e cada dia trazia uma nova oportunidade de explorar o desconhecido.


FIM

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