quarta-feira, 10 de julho de 2024

A gauchinha e seu cavalo


    


Na vasta região dos pampas, onde o horizonte se mistura com o céu azul e o vento acaricia as gramíneas douradas, vivia uma menina gaúcha chamada Elisa. Elisa tinha cabelos longos e escuros, sempre trançados, e um sorriso que brilhava como o sol da manhã. Ela morava em uma fazenda com seu melhor amigo, um petiço chamado Trovão. Trovão era um cavalo pequeno, mas muito esperto e cheio de energia.

A fazenda de Elisa era um lugar mágico, cheio de vacas malhadas, ovelhas fofinhas e cavalos majestosos. Elisa passava seus dias ajudando seus pais nas tarefas da fazenda e brincando com seus amigos animais. Mas, hoje, era um dia especial: o dia do grande rodeio da região.

Elisa acordou bem cedo, com o coração acelerado de emoção. Ela colocou sua bombacha, a camisa xadrez e o seu chapéu, e correu para o estábulo para encontrar Trovão.

— Bom dia, Trovão! — disse Elisa, acariciando o pescoço do cavalo. — Hoje é o grande dia! Vamos participar do rodeio!

Trovão relinchou em resposta, parecendo tão animado quanto sua amiga. Juntos, eles se dirigiram ao campo de rodeio, onde os preparativos já estavam a todo vapor. Havia barracas coloridas, bandeirinhas ao vento e o som alegre da música gaúcha.

O rodeio era composto por várias provas e desafios, como a corrida de cavalos, a lida com o gado e a apresentação de danças tradicionais. Elisa e Trovão estavam ansiosos para participar da corrida de cavalos, uma das provas mais emocionantes do evento.

— Você está pronto, Trovão? — perguntou Elisa, ajustando a sela no cavalo.

Trovão bateu os cascos no chão, demonstrando sua prontidão. Elisa subiu na sela e se dirigiu à linha de partida, onde outros competidores já estavam posicionados.

O juiz do rodeio, um homem alto e forte chamado Seu Joaquim, levantou a bandeira e anunciou o início da corrida.

— Atenção, competidores! Ao meu sinal... Um, dois, três... Já!

Os cavalos dispararam pela pista de corrida, levantando nuvens de poeira. Elisa segurava firme as rédeas de Trovão, incentivando-o com palavras carinhosas.

— Vamos, Trovão! Você consegue!

Trovão galopava com toda a sua força, suas patas pequenas mas ágeis cortando o ar. Elisa sentia o vento no rosto e o coração batendo forte, em sintonia com os cascos de seu cavalo.

A pista de corrida tinha obstáculos, como pequenos montes de feno e cercas que os cavalos precisavam pular. Trovão, com sua destreza, superava cada um deles com facilidade.

Finalmente, na reta final, Trovão e Elisa estavam lado a lado com um cavalo preto chamado Relâmpago, montado por um menino chamado João.

— Vamos, Trovão! Só mais um pouco! — gritou Elisa, inclinando-se para frente.

Com um último impulso, Trovão cruzou a linha de chegada primeiro, seguido de perto por Relâmpago. Elisa levantou os braços em comemoração, enquanto a plateia aplaudia e torcia.

Após a corrida, Elisa e Trovão participaram da prova de lida com o gado. Eles precisavam conduzir as vacas para um cercado específico, usando apenas a voz e os movimentos do cavalo.

Elisa sabia que essa prova exigia paciência e habilidade. Ela e Trovão se posicionaram estrategicamente e começaram a guiar as vacas com calma.

— Isso, menina! Vai pra lá! — dizia Elisa, apontando na direção certa.

Trovão se movia com precisão, cercando as vacas e guiando-as com suavidade. Aos poucos, todas as vacas estavam dentro do cercado, e Elisa se sentiu orgulhosa de seu trabalho.

O dia do rodeio continuava com muitas outras atividades, e uma das mais esperadas era a apresentação de danças tradicionais. Elisa adorava dançar, e ela se juntou a um grupo de crianças para apresentar uma dança gaúcha chamada Chula.

Com suas botas de couro e vestido rodado, Elisa dançou com graça e alegria, batendo os pés no ritmo da música. Trovão, que observava de perto, parecia até querer dançar também, movendo-se ao som da gaita.

A apresentação foi um sucesso, e todos aplaudiram calorosamente. Elisa sentiu-se ainda mais conectada com sua cultura e suas raízes gaúchas.

O grande momento do rodeio chegou quando anunciaram os vencedores das provas. Elisa estava nervosa, mas confiava em Trovão e no trabalho que haviam feito juntos.

Seu Joaquim subiu ao palco com um microfone em mãos.

— E agora, o momento que todos esperavam! — anunciou ele. — O vencedor da corrida de cavalos deste ano é... Elisa e Trovão!

Elisa e Trovão foram ovacionados pela plateia. Ela subiu ao palco com Trovão ao seu lado e recebeu uma medalha dourada e uma fita azul.

— Parabéns, Elisa! — disse Seu Joaquim, entregando a premiação. — Você e Trovão formam uma dupla incrível.

Elisa agradeceu com um sorriso radiante.

— Obrigada! Nós dois treinamos muito para isso.

O dia do rodeio terminou com uma grande festa. Todos os participantes se reuniram para celebrar, compartilhando histórias e risadas ao redor da fogueira.

Elisa, sentada ao lado de Trovão, olhou para o céu estrelado e suspirou de felicidade. Ela sabia que, com seu amigo ao lado, qualquer desafio poderia ser superado.

E assim, nos pampas do Sul, Elisa e Trovão continuaram a viver suas aventuras, sempre prontos para participar de novos rodeios e celebrar a vida simples e bonita da fazenda.


E assim termina a história de Elisa e Trovão, a menina gaúcha e seu petiço fiel, que provaram que a amizade e a dedicação podem conquistar qualquer coisa.


FIM

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